Esqueci-me de como se escreve, como se lê. Esqueci-me de
como se sorri para a vida, como se ama. Esqueci-me de tudo, menos do passado,
do presente e do futuro. Esqueci-me de como se sorri, esqueci-me daquelas
gargalhadas bem fortes, que faziam doer a barriga e ter vontade de rolar pelo chão
a rir, com as lágrimas a escorrer de felicidade. Esqueci-me como se ama, a mim,
e ao meu redor. Esqueci-me de como se dá valor a vida, e ao mundo. Esqueci-me
de tudo. Menos da dor, a dor, esta, sempre presente, essa não me larga, quer
estar comigo, em todos os momentos, em tudo o que faço ou digo, essa não me
larga, virou a minha melhor amiga, a dor. Entretanto esqueço-me, e deligo de
vez a máquina da vida.