segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Eu ando muito de comboio. E há um senhor que apanha o comboio sempre no mesmo sítio que eu, e muitas das vezes senta-se ao pé de mim. O senhor vai sempre com phones nos ouvidos, e com um livro de música nas mãos, sempre, e nunca o mesmo livro, onde nele só se vêm pautas e mais pautas, melodias, acordes, notas escritas a lápis, hoje reparei que o senhor tirou um lápis, e muito atento começou a escrever mais notas, e ouvia a música muito atentamente, muito só nos seus pensamentos. No meio disto tudo o senhor é muito simpático, e como nos vemos tantas vezes sempre no mesmo local há mesma hora o senhor agora sempre que saio na estacão na qual ele não sai diz “boa semana de trabalho e até pra semana”, e eu agradeço e viro costas a pensar se um dia serei assim. Se um dia pegarei num livro e faço notas de mim mesma. Se finalmente escrevo nessas linhas e se sou capaz de mudar o livro.

1 comentário:

  1. Para a re-escrita é preciso, sobretudo, segurar o lápis e firmar no papel. Um abraço!

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